sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ruy Belo [27-II-1933 / 8-VIII-1978]


O VALOR DO VENTO


Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto
Ruy Belo, País Possível, in Todos os Poemas

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cesário Verde [25-II-1855 / 19-VII-1886]



SARDENTA

Tu, nesse corpo completo,
Ó láctea virgem doirada,
Tens o linfático aspecto
Duma camélia melada

Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde [posfácio e fixação do texto de António Barahona]

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Dia Internacional da Língua Materna

Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma.


Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa (ed. de Luísa Medeiros)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Forever Someone Else

Há muito esperada, eis que chega finalmente aos escaparates portugueses uma antologia exemplar e representativa da obra de Fernando Pessoa, traduzida para inglês (edição bilingue). Aqui fica o texto da contracapa:
To travel! To change countries!
To be forever someone else,
With a soul that has no roots,
Living only off what it sees!

It was only many years after his death that Portugal’s Fernando Pessoa (1888-1935) came to be recognized as one of Europe’s greatest modern poets and prose writers. Born in Lisbon, he spent nine years of his childhood in South Africa and then returned to his native city, where he lived an outwardly quiet and modest life. But his inward, creative life was volcanic, giving rise to a vast and largely fragmentary output that includes poetry, fiction, dramatic works, writings on sociology, economics and religion, political commentary, astrological charts and esoteric speculations. His most stunning prose work is The Book of Disquiet, a semifictional diary published for the first time in 1982. Although Pessoa published a number of his finest poems — such as “The Tobacco Shop,” “Autopsychography” and “Portuguese Sea”— in magazines and in a book titled Message (1934), many others came to light posthumously, as family members and researchers sifted through the poet’s generous legacy to the world: a trunk containing thousands of unpublished manuscripts.
Forever Someone Else offers an ample selection of the poetry written by Pessoa under his own name and in the names of the personas he called “heteronyms”: Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos. Unusual not only for writing under different names but also for adopting dissimilar points of view and radically diverse literary styles, Fernando Pessoa, of all poets from all ages, was like no one else.

Richard Zenith, born in Washington DC, is a longtime resident of Lisbon, where he works as a writer, translator and researcher. He is responsible for many editions of Fernando Pessoa’s works in Portugal, including the Livro do Desassossego (Assírio & Alvim, 1998; 7th ed. 2007). His translations of Pessoa’s poetry and prose have won prizes in the United States and Great Britain.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Nova edição de «O Medo», de Al Berto

Chega às livrarias nos próximos dias, agora em edição encadernada. Esta 4ª. edição de O Medo preserva as características da anterior (revisão profunda, aparato crítico e capa com fotografia de Paulo Nozolino). Procure-o na sua livraria habitual.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Moeda do Tempo

Distraí-me e já tu ali não estavas
vendeste ao tempo a glória do início
e na mão recebeste a moeda fria
com que o tempo pagou a tua entrada

Gastão Cruz, A Moeda do Tempo

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Amor

Ontem pensei
no meu amor por ti.
Recordei
as gotas de mel nos teus lábios
e lambi o açúcar
das paredes da minha memória.
Nizar Kabanni

Não conhece a arte de navegar
quem nunca navegou no ventre
de uma mulher, remou nela,
naufragou
e sobreviveu numa das suas praias.

Cristina Peri Rossi

As minhas mãos
abrem as cortinas do teu ser
vestem-te com outra nudez
descobrem os corpos do teu corpo
As minhas mãos
inventam outro corpo
para o teu corpo

Octavio Paz



Jorge Sousa Braga (org.), Qual É a Minha ou a Tua Língua? Cem poemas de amor de outras línguas.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Agostinho da Silva 13/2/1906 § 3/4/1994

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Passagem das Odes


A Passagem das Odes, «Uma quiçá simpática exposição de um tal Pedro Proença a propósito das intermitências poéticas de quem deveras nasceu neste edifício uma dúzia de décadas atrás» continuará patente ao público até ao dia 14 de Março de 2009, altura em que será encerrada com pompa e circunstância. No Espaço Pessoa & Companhia ao Largo de S. Carlos, de segunda a sábado, das 12h00 às 22h00. Poderá também ver esta exposição aqui.

Thomas Bernhard em 1967

Thomas Bernhard — 9/2/1931 § 12/2/1989


A MORTE

A morte bateu-me e derrubou-me para o feno do Verão.
     Agora está lá fora suspensa e ri-se,
estrangulando a pereira.
     Ninguém a faz cair no chão,
nenhum toque de trombeta
     a escorraça para os montes,
vêm dos vales os que à pancada me hão-de assassinar;
     camponeses, comerciantes, carniceiros
e o pároco com o cordeiro pascal,
     que me faz as suas confidências.
A morte bateu-me e derrubou-me para o feno do Verão.
     Ninguém despedaça
a minha glória e me deixa fugir...

Ler «Pinturas da Natureza» de Humboldt, no bicentenário de Darwin

«Como as obras mais importantes de Humboldt [...] também Cosmos tem por base a experiência concreta da viagem, sendo esta enquadrada por reflexões científicas e ético-morais.
Esta longa viagem sul-americana, que o levou da Corunha às colónias espanholas da Venezuela, Cuba, Colômbia, Equador, Peru e México, na companhia do médico e botânico francês Aimé Bompland, e que decorreu entre 1799 e 1804, foi celebrada, nos dois lados do Atlântico, como a "segunda descoberta" da América. São por demais conhecidas as tomadas de posição elogiosas de um Simão Bolívar, que considerou Humboldt o verdadeiro descobridor do continente americano, ou de um Charles Darwin [12 de Fevereiro de 1809 - 19 de Abril de 1882] que, a bordo do Beagle, deixou consignada a admiração que a leitura da Viagem às regiões equinociais do Novo Continente causara no seu espírito juvenil
Gabriela Fragoso, «Introdução», in Alexander von Humboldt, Pinturas da Natureza - Uma antologia, p.14.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Gastão Cruz Vence Prémio Correntes d'Escritas


Gastão Cruz venceu, com o livro A Moeda do Tempo, o Prémio Literário Correntes d’Escritas/Casino da Póvoa, este ano dedicado à poesia. No comunicado do júri, constituído por Ana Luísa Amaral, Casimiro de Brito, Fernando Guimarães, Jorge Sousa Braga e Patrícia Reis, pode ler-se que «este livro [editado pela Assírio & Alvim em 2006] confirma uma obra que tem evoluído, mantendo sempre uma grande qualidade, equilibrando a tendência para a literalidade ou contenção verbal dos seus primeiros livros, com um maior alargamento expressivo». O prémio foi atribuído por unanimidade. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Lançamento do livro «Bichos», de Cruz-Filipe


Quarta-feira, dia 11 de Fevereiro, pelas 19:00 horas no edifício da Mundial Confiança, Largo do Chiado, n.º 8. Na mesa estarão presentes Faria de Oliveira, Cruz-Filipe, Manuel Rosa e João Lobo Antunes, que fará a apresentação do livro.

«Sempre quis ser caçador, mas, incapaz de disparar um tiro, o discreto senhor que está por trás das privatizações em Portugal encontrou na fotografia e na savana africana o meio e o espaço exactos para cumprir o sonho de infância. Sem armas, Ricardo da Cruz-Filipe — presidente da Secção Especializada para Apoio às Privatizações — fixou a liberdade dos animais de cada vez que os fotografou nas quatro viagens a África, entre 1987 e 2005.
Já na infância, quando, aos domingos, o pai lhe perguntava onde queria ir, a resposta era sempre a mesma: o Jardim Zoológico. A obsessão pelos animais nunca passou — e até aumentou após a leitura das aventuras de três caçadores: Teodósio Cabral, Abel Pratas e Henrique Galvão, que, em 1933, publicaram o livro "Da Vida e da Morte dos Bichos". Mais do que as caçadas, o que marcou ali foi "o confronto daqueles homens com a liberdade imensa dos animais".
Pintor com vasta obra exposta em Portugal e no estrangeiro, Cruz-Filipe deu aulas no Instituto Superior Técnico à maior parte dos nossos políticos-engenheiros. Mas é nas telas fotosensíveis, com uma prática única de pintura, que Cruz-Filipe encontra a sua essência. A ligação à fotografia é permanente no seu trabalho e os animais são o grande Outro. Destes, o "Sr. Elefante", como ele diz, é o que mais o marca.
Aos 75 anos, depois dos pedidos dos amigos — que ao longo dos anos, viram as fotografias na sua biblioteca —, Cruz-Filipe vai publicar algumas destas imagens no livro "Os Bichos" (Assírio & Alvim), que terá apenas 500 exemplares à venda. Os 1500 que completam a tiragem serão divididos entre a CGD e o BPI, que financiam o projecto. O lançamento será na próxima quarta-feira em Lisboa e a apresentação caberá ao cirurgião João Lobo Antunes.»

Christiana Martins, in Revista Única 07/02/2009

Poemas do Amor Furtivo

Mesmo agora recordo a minha amada
Deitada no leito o perfume que exalava
A mistura do almíscar e do sândalo
Sobre os seus lindos olhos o bater dos cílios
Assemelhava-se aos beijos de dois pássaros
Durante o acasalamento

Os Cinquenta Poemas do Amor Furtivo e Outros Poemas Eróticos da Índia Antiga
[introdução e versões de Jorge Sousa Braga]

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cartaz para o Dia dos Namorados


Cartaz disponível para download aqui.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Mia Couto e Jorge Calado escrevem sobre Bichos

«O retrato não é um objecto mas uma troca silenciosa de afectos, falas de sombras, de cores e luzes. Todos estes bichos só se tornam visíveis porque eles autorizaram que os inventássemos, redesenhados numa outra natureza. Não olhamos: trocamo-nos, almas acendidas, visíveis pelo mágico toque de um construtor de beleza.»
Mia Couto, «Os bichos que não vemos», in Cruz-Filipe, Bichos, p. V

«Há quem encare a fotografia como uma janela (para observar o mundo) ou como um espelho (para se conhecer a si próprio). A câmara funciona como uma sonda de exploração, quer da realidade exterior, quer dos sentimentos interiores. E se é verdade que uma fotografia representa um instante congelado (morto), ela pode também conter a eternidade.»
Jorge Calado, «O olho do elefante», in Cruz-Filipe, Bichos, p. IX

O Amor é Fodido, de novo nas livrarias

«Apaixonei-me num momento desprevenido. Estava a ver um jogo de futebol, ela meteu-se à frente do televisor e, em vez de lhe dar um grito, não reparei, pela minha saúde, fiquei ali especado a olhar para ela. Um minuto de exposição foi quanto bastou. Não se pode olhar muito tempo para raparigas bonitas sem este género de merdas acontecer.»
Miguel Esteves Cardoso, O Amor é Fodido, p. 17

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A Noite da Iguana


A Noite da Iguana e Outras Histórias, de Tennessee Williams, brevemente numa livraria perto de si.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Teresa Ferreira — 70.º Aniversário


Assinalamos o 70.º aniversário da Dr.ª Teresa Ferreira com um dia de trabalho que lhe será dedicado. Dia 9 de Fevereiro de 2009, na Livraria Assírio & Alvim, alguns dos seus colegas e amigos darão conferências ligadas às disciplinas da psicologia, da pedopsiquiatria e da psicanálise. 

Apresentações de Pedro Strecht, João Beirão, Equipa da Lapa, Maria José Gonçalves, Emílio Salgueiro, João Seabra Diniz, Margarida Fornelos e a Equipa da Casa da Praia. Mais informações sobre este programa podem ser lidas aqui.

Venha também comemorar esta data. Junte-se a nós na Rua Passos Manuel, 67-B (Lisboa), das 9h30 às 17h. A entrada é livre

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

An Interview with Simone Weil

Simone Weil - 100 anos do nascimento


Simone Weil nasceu em Paris, em 3 de Fevereiro de 1909, e morreu num sanatório inglês, aos 34 anos de idade. Foi professora em liceus de província, operária fabril, filósofa, sindicalista e mística.
«Imaginemos, se formos capazes, a solidão de um tal espírito na França de entre as guerras.» Albert Camus

«Weil, na minha opinião, é quem melhor conhece a “luz da montanha” (como diria Nietzsche)» George Steiner

«Basta ler algumas das suas páginas para nos apercebermos de que estamos perante algo de que muitos poderiam mesmo ter perdido a memória: um pensamento ao mesmo tempo transparente e duro como um diamante, um pensamento teimosamente concentrado num débil feixe de palavras» Roberto Calasso
«Espera de Deus é o melhor livro para iniciar um encontro com a escritora. A originalidade das suas percepções, a paixão e subtileza da sua imaginação teológica, a fecundidade dos seus talentos exegéticos estão aqui…» Susan Sontag
«[...] Simone Weil encontra no Crucificado a chave do conhecimento, a via da verdade, a porta da alegria interior, que não a separa da massa dos desventurados de todos os tempos. O episódio teve lugar a 15 de Setembro de 1935. Os pais de Simone Weil estavam a passar uns dias de férias no Hotel Santa Luzia, no monte que domina Viana do Castelo. Simone optou por uma modesta pensão, em baixo, na cidade. Dando umas voltas pelas redondezas, desceu até à Póvoa do Varzim, onde naquele dia, domingo, se celebrava a Senhora das Dores. A aldeiazinha referida é provavelmente Caxinas, a caminho de Vila do Conde. Simone Weil tinha então 26 anos. Os oito anos que lhe restavam de vida não passariam em vão, como provam os textos de Espera de Deus. Em correspondência à intervenção mais social e política de outros escritos desta fase final, a sua desperta atitude de atenção e espera foi magnificamente gratificada. Isto porque, como ela recorda nos textos aqui propostos [Espera de Deus], é Deus que procura o homem, que o espera, exausto, sob o sol do meio-dia, junto ao poço de Jacob.» José M. Pacheco Gonçalves

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Donamorta

«E enroscou-se de novo na cama da dona, pequena dona, viva, que não substituía a outra, a dona morta, que ela sabia morta, como só os gatos adivinham e vaticinam as tristes verdades.
[...]
Só Brunilde, muito reflectiva depois dos casos de força maior da morte, pressentida, da sua dona morta, e do cio, contagioso e de mau presságio, dos seus bons jovens donos, aceitava que talvez a morte da vida, toda a vida, fosse o princípio do fim da crueldade de matar para comer e matar para gozar poder comer.
[...]
Gata agoirenta, até à vista. Vais dentro de um caixotinho que só lhe falta ser acolchoado de cetim. Até breve Nini.
Era o nominho que lhe dava a dona morta
Maria Velho da Costa, Myra, pp. 171, 172, 188

Myra amando Amar um Cão

«Através do outro, e em face do outro, sob o seu olhar, um ser sendo forja a sua identidade.
Só à noite, ao crepúsculo ainda suave, Myra começaria a folhear, sem entender, mas amando, Amar um Cão
Maria Velho da Costa, Myra, p. 142.

Os Passos em Volta de Myra

«Olhando a paisagem que perde contornos, Myra entende que o dia foi de passos em volta. Ao longe, perdido entre lombas, está o casebre onde pernoitaram.»

Maria Velho da Costa, Myra, p. 76.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Hugo von Hofmannsthal - Fernando Assis Pacheco

Poeta, dramaturgo e ensaísta, nascido em Viena em 1 de Fevereiro de 1874, Hugo von Hofmannsthal ficou internacionalmente conhecido pela sua colaboração com o compositor alemão Richard Strauss. Começou a escrever poesia e ensaios com 16 anos, sob o pseudónimo de Loris Melikow. Instigado por questões filosóficas, artísticas e literárias, Hofmannsthal licencia-se em Filologia Românica, dedicando-se inteiramente à escrita de poesia e de peças de teatro depois de acabar o curso. Os seus paradigmas literários assentam no homem-sonhador, homem-actor e homem-jogador. Escreve em 1905 a peça Ein Brief, uma reflexão sobre a linguagem, as questões sociais e culturais, a comunicação e o ser humano. Em França, numa viagem em 1900, conhece Auguste Rodin e o poeta Maeterlinck. Casa com Gertrud Schlesinger e vive o resto da vida em Rodaun, perto de Viena. Aos vinte e seis anos decide dedicar-se por completo à escrita de peças de teatro, revelando nesta altura preocupações com o crescimento do anti-semitismo. Em 1903 conhece Max Reinhardt e Richard Strauss, para quem escreveu o libreto de Elektra (1906). Com Reinhardt virá a fundar o Festival de Salzburgo, depois da guerra. Durante a Primeira Guerra Mundial, Hofmannsthal escreveu abundantes ensaios políticos, tendo também por este motivo as suas obras sido proibidas. Morre de ataque cardíaco em 1929, dois dias depois do suicídio do seu filho mais velho.
Com tradução de José A. Palma Caetano, a Assírio & Alvim publicou em 2002, na colecção «Testemunhos», Livro dos Amigos.
Fernando Assis Pacheco nasceu em Coimbra em 1 de Fevereiro de 1937. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra, cidade onde viveu até 1961, ano em que foi para a tropa. Durante a adolescência foi actor de teatro e redactor da revista Vértice. Foi expedicionário em Angola pelo que, à data da publicação do seu primeiro livro, Cuidar dos Vivos, ainda se encontrava no continente africano. Foi um brilhante tradutor, tendo vertido para língua portuguesa obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez, entre outros. O seu nome nunca será esquecido no mundo do jornalismo, tendo trabalhado no JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias, n'O Jornal, na Visão, no Diário de Lisboa e no República. As suas principais obras de poesia são Cuidar dos Vivos, Memória do Contencioso e A Musa Irregular. Em prosa deixou-nos obras como Walt e Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Faleceu no dia 30 de Novembro de 1995, em Lisboa, à porta da livraria Buchhölz.
Na colecção «Obras de Fernando Assis Pacheco», a Assírio & Alvim publicou até à data: Respiração Assistida [2003], Memórias de Um Craque [2005]), A Musa Irregular [2006], Walt ou O Frio e o Quente [2007], com capas sobre desenhos de Bárbara Assis Pacheco, filha do autor.