quinta-feira, 10 de junho de 2010

Camões, por Eugénio de Andrade

Luís Vaz de Camões nasceu por volta de 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa ou Alenquer, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá, que pertenciam à pequena aristocracia falida da época. Entre 1549 e 1551 esteve em Ceuta, em cujo cerco perdeu o olho direito.
A paixão pela lírica e a participação nos divertimentos poéticos aproximaram-no das damas da corte, que galanteava, e dos fidalgos da alta nobreza, com quem mantinha relações de amizade. Mas a actividade literária de Luís de Camões não se restringia à poesia, sendo também conhecidos numerosos textos epistolares autobiográficos que escrevia de Lisboa e da Índia (para onde embarcou em 1553, na armada de Fernão Álvares Cabral) e através dos quais entramos em contacto com o lado mais sarcástico e boémio do escritor. Foi na Índia, mais exactamente em Goa, que colheu muita da inspiração para escrever a quase totalidade d’Os Lusíadas, obra épica que o coloca, em termos de genialidade, ao lado de Virgílio, Cervantes e Shakespeare. Por volta de 1556 partiu para Macau. No naufrágio na foz do rio Mekong, de que se salvou a nado, conservou heroicamente o manuscrito do épico, que estava na altura bastante avançado.
Em 1569, falido e cansado, regressa a Lisboa. Em 1572 publica Os Lusíadas com alguma liberdade (visto a censura ter sido branda), mas continua a viver na pobreza, não obstante a tença anual de 15 000 réis que lhe é atribuída.

A 10 de Junho de 1580 morreu Camões, “Príncipe dos poetas de seu tempo”.

Sonetos de Luís de Camões escolhidos por Eugénio de Andrade

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