terça-feira, 23 de junho de 2015

Luís Falcão

Sabemos que o tempo passou
Que alguma coisa deveria ter sido dita
(talvez depois, talvez mais tarde)
Deixamos atrás de nós
Uma sequência desconexa de gestos irreparáveis
E, feridos,
Por todas as coisas
que poderíamos ter evitado a nós próprios
Caminhamos para o silêncio
E para a escuridão indefinível dos bosques.



Luís Falcão (05/11/1975 § †22/06/2015)
in «PÉTALAS NEGRAS ARDEM NOS TEUS OLHOS», edição Assírio & Alvim, 2007.